terça-feira, 3 de abril de 2012
Triste é a sociedade high tech
Outro dia, ouvi alguém dizer que quanto mais tecnológica é a sociedade, mais ela sofre. E por que seria assim? O motivo é que o ser humano desenvolve a tecnologia e ela não para de evoluir. E ele, sôfrego e faminto por mais desenvolvimento, vai atrás dela e tudo faz por esse modo de vida. Só que no processo, se esquece de um detalhe mínimo: as suas emoções. E aí, temos uma combinação perigosa e macabra: uma criatura dotada das mais avançadas máquinas e artefatos, engenhocas robotizadas e ultrassofisticadas que lhe abrem as portas do mundo e do outro. Só que elas não transpõem o terreno das emoções. A criatura vira estranha para si mesma, alienada de suas próprias emoções e sentimentos. É como a antiga Esfinge: decifra-me ou te devoro. Essa Esfinge, que somos nós mesmos, desconhecedores do que somos e do que queremos ser, se não for bem trabalhada, degenera. E viramos robôs desalmados e desnaturados, achando que os meios justificam todos os fins. Acabamos por nos tornar monstros, supermonstros da tecnologia a serviço da eliminação do inconveniente. Esse inconveniente pode ser qualquer coisa: geralmente, é o outro ou, não raro, a própria pessoa. Tudo isso me vem à mente hoje, quando a tragédia do massacre da escola de Realengo está completando um ano. O atirador virou o monstro armado com duas pistolas e os respectivos speedloaders. Sofredor e sofrido, ele queria terceirizar, só para usar a palavra da moda, suas emoções mal trabalhadas e resolvidas. O bullying da infância o transformou no bolinador. Vítima e algoz se confundiram e trocaram os papéis. Para quê? Para caminharem para o abismo do ódio, da intolerância e da anulação. Do extermínio puro e simples. Também me causa estranheza o comércio das sex shops. Nele, se vende o prazer enlatado, siliconizado e também tecnológico. Hoje, até se imita a pele humana em alguns artefatos de prazer. Há todos os tipos de cores, sabores, odores, texturas e tamanhos para satisfazer os mais exigentes clientes. Podemos avaliar os (des)caminhos da sociedade moderna: pelo prazer e pelo desprazer. Pelo que aceita e o que não aceita. Pelo prazer, é incentivado o deleite a distância, solitário e coisificado. Não há troca de emoções entre dois corpos: há, sim, a substituição dela. E pelo desprazer, basta ver a quantidade de assassinatos, massacres, extermínios, homicídios, latrocínios e chacinas. Todos apontam para a intolerância, a competitividade ou a anulação do outro como algo a ser expurgado. Será que estou pessimista? Receio que não. Às vezes, a realidade é que pesa demais. Mas ainda há esperança. Enquanto houver a arte, a literatura, a música e o riso de uma criança, ou de um palhaço, há salvação para a Humanidade.
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segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
Compra e venda
Ontem, assisti a um episódio da série "Justiça sem limites", da TV a cabo. Um dos temas era a compra e venda de órgãos humanos. Na história, um milionário era processado porque queria comprar um pulmão de outra pessoa. No final do julgamento, ele era absolvido depois da defesa brilhante feita pela advogada vivida pela atriz Candice Bergen. Este assunto, o comércio de órgãos humanos, acaba me remetendo a outro, o comércio de pessoas. Que, por sua vez, me faz lembrar a música dos Beatles chamada "While my guitar gently weeps" (Enquanto minha guitarra toca suavemente, numa tradução livre). Nela, um dos versos diz claramente que "I don't know why someone controlled you, they bought and sold you" (não sei por que alguém lhe controlou, eles lhe compraram e lhe venderam). É isso aí, quando a pessoa, por algum motivo, se submete à vontade de outra, se vende à outra. E o comprador, claro, quando quiser também pode vendê-la, se desfazendo dela tal qual uma mercadoria
Apresentação
Oi, pessoal. Meu nome é Malu Magalhães e sou jornalista e tradutora de inglês. Também sou escritora, embora sem ter publicado nada ainda. Mas tenho muitos escritos meus guardados, além de uma vasta biblioteca que não pára de crescer. Amo ler e escrever. Não posso pensar em um só dia sem fazer, pelo menos, uma dessas duas atividades. Pois lendo, melhoramos como seres humanos, ao nos reciclarmos constantemente, não só na técnica como no próprio amadurecimento emocional. E escrevendo, consolidamos nossa forma de pensar, ao mesmo tempo que nos abrimos ao diálogo e a novas idéias. Por isso, estou criando este blog "emseplantandotudoda" pois é assim que vejo a mente humana. Quanto mais plantamos nela, mais ela floresce com novas idéias. A mente é como um jardim, que precisa ser regado e bem adubado para prosperar. Na verdade, hoje estou particularmente inspirada após ter lido a notícia de uma macaca que fez andar um robô, apenas com a força do pensamento! Então, pessoal, vamos lá! Vou escrever aqui e esperar pela contribuição de vocês! Vamos fazer do emseplantandotudoda um canal de comunicação moderno, interativo e agradável. Boas falas! Malu Magalhães
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